Os Sumérios: Início da Civilização

Os Sumérios: A Primeira Grande Civilização da Humanidade

Introdução

Os sumérios foram uma das primeiras grandes civilizações da história, estabelecendo-se na região da Mesopotâmia por volta de 3100 a.C. Eles são frequentemente creditados com inovações fundamentais que ainda influenciam a sociedade moderna. Neste artigo, exploraremos detalhadamente sua história, cultura, religião, avanços tecnológicos e sua influência duradoura.

Origem e Localização

Os sumérios habitavam a região do Crescente Fértil, onde hoje estão localizados o Iraque e partes do Irã. Eles fundaram cidades como Ur, Uruk, Nippur, Kish e Lagash, estabelecendo uma rede urbana altamente organizada e influente.

Há teorias que sugerem que os sumérios podem estar conectados aos povos pré-diluvianos mencionados na Bíblia, o que levanta discussões sobre sua ancestralidade e legado.

Organização Política e Social

A sociedade suméria era organizada em cidades-estado, cada uma governada por um ensi (príncipe-sacerdote) ou lugal (rei). O governo era teocrático, com o governante atuando como representante dos deuses na Terra. A estrutura social era hierárquica:

  • Nobreza e sacerdotes: controlavam os templos e a administração.
  • Comerciantes e artesãos: participavam ativamente do comércio e da produção.
  • Camponeses e trabalhadores: eram a maioria da população e sustentavam a economia agrícola.
  • Escravos: prisioneiros de guerra ou endividados, que realizavam trabalhos pesados.

Economia e Sistemas Financeiros

A economia suméria era baseada na agricultura, no comércio e na produção artesanal. A principal moeda de troca era a cevada, embora metais preciosos como prata também fossem utilizados em transações comerciais.

Os templos desempenhavam um papel central na economia, funcionando como armazéns, centros administrativos e locais de redistribuição de bens. O dízimo, ou seja, a entrega de parte da produção aos templos, já existia e servia para sustentar as atividades religiosas e administrativas.

Os sumérios também desenvolveram sistemas rudimentares de poupança e investimento. Alguns comerciantes e agricultores armazenavam excedentes para uso futuro, enquanto contratos escritos em tábuas de argila registravam empréstimos, juros e acordos comerciais.

O conceito de crédito já era prática comum, permitindo que empreendedores e comerciantes ampliassem seus negócios.

A Agricultura e o Surgimento das Cidades

Os avanços na agricultura foram fundamentais para o sedentarismo e o surgimento das cidades.

O desenvolvimento de técnicas como irrigação, cultivo sistemático e domesticação de animais permitiu que os sumérios se fixassem em um único local, abandonando gradualmente a vida nômade de caça e coleta.

Esse processo levou ao crescimento populacional e à formação de comunidades organizadas, com divisões de trabalho mais complexas.

Com a produção de excedentes agrícolas, foi possível alimentar populações urbanas, permitindo o florescimento de outras atividades, como o comércio, a metalurgia e a escrita.

Esse avanço foi essencial para a estruturação da sociedade e a criação das primeiras grandes cidades da história.

A Cerveja na Cultura Suméria

Os primeiros registros de produção de cerveja datam de cerca de 6 mil anos atrás, e os sumérios foram os primeiros a deixar registros escritos sobre sua fabricação. A cerveja era uma parte essencial da dieta e da cultura suméria, sendo consumida tanto pela população comum quanto pela elite. Era produzida a partir da fermentação de grãos, especialmente cevada, e frequentemente misturada com mel e especiarias para melhorar seu sabor.

A cerveja também possuía um papel religioso e ritualístico, sendo oferecida aos deuses nos templos. Além disso, em alguns contratos comerciais sumérios, trabalhadores recebiam parte de seu pagamento em cerveja, demonstrando sua importância na economia e na vida cotidiana.

Zigurates e Arquitetura Suméria

Os sumérios foram os responsáveis pela criação dos zigurates, uma forma de templo em pirâmide escalonada, que era uma das principais características da arquitetura mesopotâmica.

Zigurates

  • Eram construídos em camadas, com cada andar tendo uma área menor que a plataforma inferior.
  • As plataformas podiam ser retangulares, quadradas ou ovais.
  • O núcleo era feito de tijolos de barro, e o exterior de tijolos cozidos.
  • No topo havia um templo, provavelmente acessível por uma escadaria externa.
  • Eram centros religiosos e políticos.

Arquitetura Suméria

  • As casas eram feitas de tijolos de barro, devido à falta de madeira e pedra na região.
  • As cidades sumérias eram cercadas por muralhas para se protegerem de invasões.
  • Os templos e palácios eram construídos com materiais e técnicas mais avançadas, como pilastras, pregos de argila, recessos e reforços.
  • O zigurate da Babilônia inspirou o relato bíblico da Torre de Babel.

Interação com Outros Povos

Os sumérios mantinham intensas relações comerciais e diplomáticas com outras civilizações da Antiguidade. Suas cidades-estado estabeleceram rotas comerciais com povos como os elamitas, egípcios e povos do Vale do Indo. Entre os produtos negociados estavam metais preciosos, madeira, pedras semipreciosas, tecidos e grãos.

Além do comércio, houve trocas culturais e tecnológicas que influenciaram tanto os sumérios quanto seus vizinhos. Os sumérios também enfrentaram conflitos com povos invasores, como os acádios, que eventualmente unificaram a Mesopotâmia sob o comando de Sargão, o Grande. Essa constante interação moldou a civilização suméria, incorporando novos elementos e adaptando suas práticas às mudanças políticas e econômicas da época.

Ninrode, Abraão e Ur dos Caldeus

A cidade de Ur dos Caldeus, uma das mais importantes da Suméria, é mencionada na Bíblia como a cidade natal de Abraão (Gênesis 11:31). Abraão teria vivido nessa cidade antes de partir para Canaã, segundo as tradições bíblicas.

Já Ninrode, descrito na Bíblia como um poderoso rei e caçador (Gênesis 10:8-12), é associado à fundação de diversas cidades da Mesopotâmia, incluindo Babel, Ereque (Uruk), Nínive e Calá. Embora não haja menção direta de Ninrode vivendo em Ur, sua conexão com Uruk, uma das cidades mais influentes da Suméria, sugere que ele pode ter tido influência sobre a região.

Tubalcaim, Naamá, Jubal e Jabal

Tubalcaim é uma figura importante na tradição bíblica, especialmente no Livro de Gênesis, sendo descrito como um dos filhos de Lameque e Zilá, fazendo parte da linhagem de Caim, o primeiro homicida da Bíblia. Lameque, o pai de Tubalcaim, é descrito como um personagem perverso que, ao contrário de seu ancestral Caim, parecia ter um comportamento ainda mais violento. Tubalcaim é mencionado como mestre na metalurgia, sendo um habilidoso forjador de instrumentos de ferro e cobre, o que o coloca como uma figura essencial para o desenvolvimento das ferramentas e tecnologias nas primeiras civilizações.

Além de Tubalcaim, Lameque teve outros filhos e uma filha. A irmã de Tubalcaim, Naamá, é a única mulher mencionada na linhagem de Lameque, mas suas ações ou contribuições não são detalhadas nas Escrituras.

Já os meio-irmãos de Tubalcaim, Jubal e Jabal, são igualmente figuras significativas. Jubal é conhecido como o “pai de todos os que tocam harpa e flauta”, associando-se à música, enquanto Jabal é considerado o “pai de todos os que habitam em tendas e têm gado”, indicando a origem da prática da criação de animais e da vida nômade. Esses irmãos de Tubalcaim desempenham papéis importantes na cultura e no desenvolvimento humano, assim como ele próprio, cada um em seu respectivo campo.

Etimologia

A etimologia do nome “Tubalcaim” é igualmente interessante. O nome é composto por duas partes: “Tubal” (תובל), que está relacionado ao verbo hebraico “yabal” (יבל), que significa “trazer consigo”, e “Caim” (קין), que é o nome de seu ancestral, o infame Caim. O nome de Tubalcaim é, portanto, associado à ideia de “trazer consigo” ou “descendente de Caim”, conforme as traduções do NOBSE Study Bible Name List e o Dicionário de Nomes Próprios do Velho Testamento de Jones. A tradução mais comum de seu nome, “Tubal, o ferreiro”, pode refletir sua habilidade em forjar objetos de ferro e cobre, habilidades que eram essenciais para o avanço tecnológico de sua época.

Impacto

A narrativa de Tubalcaim é significativa não apenas dentro do contexto religioso e mitológico, mas também no desenvolvimento das primeiras civilizações. Ele, junto com seus irmãos, simboliza a transição para uma sociedade mais avançada, na qual a metalurgia, a música e a agricultura se tornaram fundamentais para a sobrevivência e o progresso da humanidade.

Além disso, sua relação com a linhagem de Caim coloca a história de Tubalcaim dentro de uma tradição de descendentes que, em contraste com as outras linhagens bíblicas, estão marcados por ações violentas e um afastamento de Deus, o que confere à sua história um tom de maldição e complexidade moral.

Os sumérios, por exemplo, que são frequentemente mencionados nas tradições mitológicas como uma das primeiras grandes civilizações, também possuem relatos sobre metalurgia, a prática de forjar metais preciosos, e suas próprias histórias de dilúvio, que se entrelaçam com a mitologia bíblica, como na Epopeia de Gilgamesh. Essas semelhanças indicam que muitas culturas antigas compartilhavam lendas sobre eventos e inovações fundamentais para a humanidade, como a metalurgia e as artes.

Portanto, embora Tubalcaim seja uma figura mitológica e bíblica que não pode ser provada historicamente como uma pessoa real, sua presença nas Escrituras e o papel atribuído a ele na mitologia ressaltam aspectos culturais e tecnológicos de civilizações antigas, como a suméria, e revelam uma rica tradição de mitos que tratam da origem e da evolução humana, através de lendas e símbolos.

Conclusão

Os sumérios foram pioneiros em diversos aspectos da civilização humana, influenciando desde a escrita até a organização social e política. Seu legado continua presente em muitas das estruturas e sistemas que usamos atualmente, tornando-os uma das culturas mais importantes da história da humanidade.



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Extra:

A conexão entre os ubaidianos, sumérios e até mesmo teorias como a dos reptilianos envolve uma mistura de história antiga, mitologia e especulação moderna. Vamos dividir essa ideia em três partes para entender melhor o contexto histórico e as possíveis relações que podem ser feitas, bem como abordar a teoria mais esotérica e contemporânea dos reptilianos.

Ubaidianos e Sumérios

Os ubaidianos são uma cultura pré-sumeriana que habitou a região da Mesopotâmia por volta de 6500 a.C. a 3800 a.C. O período ubaidiano é considerado um precursor importante da civilização suméria, que se desenvolveria posteriormente. Eles são conhecidos por sua arte e cerâmica distintiva e por desenvolverem os primeiros assentamentos urbanos na Mesopotâmia, estabelecendo as bases para a futura ascensão dos sumérios.

Os sumérios, que surgiram entre 4000 a.C. e 3000 a.C., são amplamente reconhecidos por terem fundado uma das primeiras grandes civilizações urbanas, com cidades como Ur, Eridu e Lagash. Acredita-se que os sumérios tenham refinado muitas das inovações tecnológicas e culturais desenvolvidas pelos ubaidianos, incluindo a escrita cuneiforme, a arquitetura monumental e a organização política. O famoso “drenar os pântanos” poderia estar relacionado à atividade agrícola e ao controle da água na Mesopotâmia, uma região repleta de áreas pantanosas, onde as civilizações antigas eram dependentes da irrigação para sustentar sua agricultura.

A Teoria dos Reptilianos

Agora, a referência aos “reptilianos” entra no campo das teorias da conspiração modernas, sem relação histórica direta com os ubaidianos ou sumérios. A teoria dos reptilianos, popularizada por figuras como David Icke, sugere que uma raça de seres reptilianos de outro planeta (ou de uma civilização subterrânea) teria influenciado ou até controlado os humanos ao longo da história. De acordo com essa teoria, essas criaturas seriam responsáveis por manipular eventos históricos, desde as grandes civilizações antigas até os governos modernos.

É importante destacar que essa teoria não tem base científica ou arqueológica e é amplamente considerada uma ficção esotérica. No entanto, algumas pessoas tentam conectar a ideia de reptilianos com figuras ou eventos da história antiga, como os ubaidianos e sumérios, sugerindo que tais civilizações teriam interagido com esses seres extraterrestres ou híbridos. A “drenagem dos pântanos” em algumas dessas narrativas pode ser reinterpretada como parte de um processo de engenharia avançada, com a ajuda de tecnologias supostamente trazidas por esses seres.

Drenagem dos Pântanos

Em um contexto mais histórico e arquelógico, a drenagem dos pântanos na Mesopotâmia estava relacionada ao desenvolvimento da agricultura e à construção de sistemas de irrigação para garantir a produção de alimentos. Os sumérios eram conhecidos por seus projetos de engenharia hidráulica, como canais e barragens, que permitiram controlar as águas dos rios Tigre e Eufrates, evitando inundações e permitindo o cultivo de grandes áreas de terra. A drenagem dos pântanos pode ser vista como uma prática necessária para o controle da terra e o desenvolvimento das primeiras grandes cidades da civilização.

Embora não exista qualquer relação histórica concreta entre os ubaidianos, sumérios e os reptilianos, a ideia de “drenar os pântanos” pode ser entendida tanto como um processo prático de controle de água e agricultura na antiga Mesopotâmia quanto como uma metáfora ou parte de uma narrativa esotérica envolvendo teorias modernas.

As civilizações antigas, como os sumérios e seus predecessores ubaidianos, sem dúvida desempenharam um papel crucial no desenvolvimento das primeiras grandes cidades e no controle dos recursos naturais, uma habilidade que ajudou a moldar a história da humanidade. Por outro lado, as teorias sobre reptilianos representam um campo especulativo que mistura ficção científica e interpretações alternativas da história humana.

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