
Por Que Peixes e Répteis Não Existem na Filogenia?
A classificação dos seres vivos evoluiu ao longo do tempo, passando de um sistema estático baseado em características superficiais para uma abordagem dinâmica que reflete as relações evolutivas entre os organismos. Nesse contexto, termos como “peixes” e “répteis”, amplamente usados na biologia popular, não são reconhecidos como grupos válidos na filogenia. Este artigo explica as razões por trás dessa exclusão e seus impactos na compreensão da biodiversidade.
O Que é Filogenia?
A filogenia é a ciência que estuda as relações evolutivas entre os organismos, organizando-os em árvores filogenéticas com base em características compartilhadas, heranças genéticas e história evolutiva.
O princípio fundamental da filogenia é agrupar os organismos em clados, que são grupos monofiléticos. Um clado inclui um ancestral comum e todos os seus descendentes. Isso garante que a classificação seja fiel à evolução natural.
Por Que “Peixes” Não Existem na Filogenia?
O termo “peixes” é usado para descrever um grupo de animais aquáticos com nadadeiras e respiração branquial, como tubarões, salmões e raias. No entanto, do ponto de vista filogenético, “peixes” não forma um grupo monofilético por vários motivos:
- Inclui Grupos Muito Distantes
- O termo agrupa organismos tão diversos quanto lampreias (Agnatha), tubarões (Chondrichthyes) e peixes ósseos (Osteichthyes). Esses grupos têm ancestrais diferentes.
- Exclui Outros Descendentes do Ancestral Comum
- Os peixes ósseos deram origem aos tetrapodes, um grupo que inclui anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Assim, para ser consistente, “peixes” deveria incluir também os humanos, sapos e aves, o que torna o termo inadequado.
Uma Nova Visão: Vertebrados
Na filogenia, os animais que antes eram chamados de “peixes” são redistribuídos em grupos mais específicos dentro dos vertebrados, respeitando a evolução de cada linhagem.
Por Que “Répteis” Não São Reconhecidos?
“Répteis” é outro termo que não reflete as relações evolutivas reais. Ele agrupa animais como crocodilos, tartarugas, lagartos e serpentes, mas exclui aves, que são descendentes diretos dos dinossauros (que também eram répteis).
- Parafilia do Grupo
- Os répteis são um grupo parafilético, pois não incluem todos os descendentes do ancestral comum. Aves, que compartilham um ancestral com os crocodilos, são separadas dos répteis, o que rompe com o critério filogenético.
- Evolução dos Amniotas
- Répteis, aves e mamíferos fazem parte do grupo maior dos amniotas, caracterizados pela presença de um ovo adaptado à vida terrestre. Para ser consistente, o termo “répteis” precisaria englobar também as aves.
Por Que Essa Mudança É Importante?
A mudança na forma como classificamos os organismos reflete uma visão mais precisa da história evolutiva da vida na Terra. Usar classificações filogenéticas permite:
- Entender as Relações Evolutivas
Reconhecer que humanos e peixes compartilham um ancestral ajuda a compreender como a biodiversidade se desenvolveu. - Evitar Erros Científicos
Grupos como “peixes” e “répteis” criam a falsa impressão de homogeneidade onde não existe, prejudicando estudos em biologia comparada e evolução. - Promover uma Visão Unificada da Vida
A filogenia mostra como todos os seres vivos estão conectados, reforçando o conceito de uma única árvore da vida.
Conclusão: O Que Usar no Lugar?
Em vez de “peixes”, cientistas usam termos como actinopterígios (peixes com nadadeiras raiadas) ou gnatostomados (vertebrados com mandíbulas). Para “répteis”, o grupo amniotas é preferido, e subdivisões como saurópsidas (que incluem aves e répteis não mamíferos) são utilizadas.
A evolução da taxonomia é uma demonstração da capacidade humana de revisar conceitos à luz de novas evidências. Ao abandonar termos como “peixes” e “répteis”, a biologia avança rumo a uma compreensão mais precisa e abrangente da complexidade da vida.
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